quarta-feira, 21 de maio de 2008

A epopeia de Conês (capítulo II)

Era já noite quando Conês decidiu que tinha que parar. Havia já percorrido vinte mil éguas submarinas, e outras tantas assim assim. As suas pernas altas e esguias, outrora cobiçadas por dezenas de avestruzos, estavam marcadas pela dura viagem. Ele era crostas, feridas, calos, fracturas expostas e até um bloqueador colocado na noite anterior por um funcionário da É-mel quando Conês parou para uma mijinha...
Procurando por um motel de beira de estrada, os seus olhos percorreram a linha do horizonte. Quando ficaram cansados, Conês chamou os seus olhos de volta que lhe fizeram a seguinte sugestão:
-Conês, não vimos nada na linha do horizonte, que tal procurarmos na linha de Cascais?
- Ah e tal... –disse Conês – até que nem é má ideia, podíamos ir visitar a minha tia!
Os olhinhos de Conês pularam de alegria! Nunca tinham conhecido a tia de Cascais. Tentando voltar aos seus postos, rebolaram atrás de Conês que entretanto tinha marrado com os cornos no farolim de um camião de Tires que passava na estrada. Um dos olhitos conseguiu recuperar o seu lugar. O outro, coitadito, entrou no primeiro buraco que viu e passou a ser o Olho do Cu.
Assim que recuperou a visão, Conês viu que o camionista se debruçava sobre o seu corpo inerte tentando levantá-la.
- Lamento muito... – disse o camionista, um senhor calvo de seu nome Nheta.
- Não tem mal – disse Conês – foi só um arranhão!
Dito isto, Conês desfaleceu.
(TU BI CONTINIÚDE)

Sem comentários: